Querida sombra, gracias por me fazer completa

Ontem a noite postei na página do 123efoi! no Facebook: 123efoi! duvidar!

Alguns minutos depois, me encaminhando pro banho (é incrível como a água estimula meus pensamentos e emoções!), fiquei confusa quando me dei conta que em vários momentos escrevo 123efoi! acreditar/confiar! – o oposto de duvidar.

Então, te decide Clarissa: é pra duvidar ou pra confiar, afinal?

Aí é que tá, não se trata de isto ou aquilo. Trata-se das duas coisas. Duvidar do que parece óbvio. Acreditar no impossível.

Quando duvidamos do impossível não abrimos espaço para que coisas mágicas aconteçam. Quando acreditamos no óbvio não nos deixamos surpreender por algo que poderia ser diferente.
Bem clichê, né!?

Aham, tópico bem batido, eu sei.

E aí meu cérebro segue como lema aquele refrão “Não para, não para, não para, não!” e deu continuidade a uma série de associações que chegaram em outra reflexão: sobre o lado luz e o lado sombra que todos temos. E de como é difícil saber o que é luz e o que é sombra, porque eles não são absolutos.

Assim como não existe regra para quando é melhor duvidar ou confiar, não há um livro que diga o que é sombra e o que é luz em ti. “A saída é por dentro. A porta é o silêncio”. Para encontrar tua luz e tua sombra o caminho é buscar dentro de ti, percorrer uma jornada de auto-conhecimento, entrando em contato, inclusive, com aquilo que tu não gosta em ti (o que te faz sentir vergonha, medo…) e aceitando que mesmo aquilo que não é o mais bonito, faz parte de quem tu é. Afinal, só há sombra onde há luz. Bem clichê – parte 2.

Escrito assim, parece óbvio. E até é. Mas na hora agá, quando o lado sombra está “à todo vapor” quero ver tu controlar e fazer ele ficar quieto. “Ei, ei, Clarissa briguenta, já pra dentro! Ninguém te chamou aqui!”

O ponto é, antes de mandar ele pra fora (ou pra dentro, num sei): chama ele nas chinchas. “Ei, mocinho, o que tu está querendo me mostrar que eu não tô conseguindo ver? Dá pra desenhar, fazer um mapa mental… qualquer coisa. Tô disposta a te entender.” =)

Quando ficarmos cara a cara com a sombra, logo perceberemos que essa nossa parte não tenta nos destruir. Em vez disso, a própria sombra está tentando nos conduzir à plenitude. Eu me lembrei de uma cena de Batman: o Cavaleiro das Trevas em que o Curinga está segurando uma faca junto ao pescoço de Batman. Batman o desafia, dizendo: “Vá em frente, me mate”. O Curinga, com uma expressão perplexa e retorcida, responde: “Não quero matá-lo. Você me completa”. O que ele está dizendo é que, sem o oponente heroico, ele não seria nada. Se formos astutos o suficiente para inserir nossos vilões internos – o pessimismo, o self arrogante, o ditador, a vítima — no roteiro do self superior e reconhecer que eles não são nossos inimigos, mas partes feridas e perdidas de nós mesmos, com profunda necessidade de amor e aceitação, poderemos viver de acordo com a missão mais sublime de nossa alma e encontrar a paz.
Debbie Ford In O efeito sombra, pg 71 (
http://bit.ly/1jUYubT)

The Dark Knight

Já reservei um espaço no meu caderno de anotações pra listar minhas sombras e as situações que elas dão as caras.

Seguimos,
eu, a Cla iluminada e a Cla sombria =P

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